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VOZ DE MÃE                                                                                                                                                  
(toada histórica composta em 01/01/1959)

                                                                              (José Fortuna)

PARTE DECLAMADA
Geraldo fugiu de casa
Quando era criancinha
E abandonou bem distante
A sua pobre mãezinha
Que saiu a procurá-lo
Por este mundo sozinha

Ficou moço, ficou noivo
E numa noite de verão
Ao voltarem do cinema
Despediu-se no portão
Da noiva que ele amava
Do fundo do coração

Mas ao chegar na esquina
Viu uma briga e de repente
Um homem morreu e Geraldo
Foi socorrer prontamente
Chegou a polícia e em flagrante
Prendeu Geraldo inocente

Somente uma velhinha
Que transitava por lá
Viu a inocência de Geraldo
Mas não lhe pôde salvar
Pois com o susto ficou muda
E não pode mais falar

PARTE CANTADA
No dia do Júri somente a velhinha
Podia salvar a Geraldo, inocente
Mas estava muda e somente outro susto
Faria voltar sua voz novamente
A noiva chorava pedindo à velhinha
Por Deus que dissesse quem era o culpado
Mas somente o pranto de seus olhos fundos
É que revelava o segredo guardado

E quando o juiz decretava a sentença
O nome completo do moço falou
A velhinha viu que era aquele o seu filho
Com o susto sua voz novamente voltou
Correu abraçá-lo, chamando-o: meu filho
E o verdadeiro culpado apontou
Que cena tão triste foi aquele quadro
Que a mão do destino na vida traçou

Foi preso o culpado e Geraldo foi solto
Pela voz da mãe que lhe veio salvar
A mesma que um dia quando era criança
Cantava embalando pra ele ninar
O povo assistiu o Geraldo sair
Daquela prisão onde foi sofredor
Entre duas santas a noiva e a mãe
Na cena final de seu drama de dor