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POEMA DOS OLHOS

poema                                                  (José Fortuna)

Você aí que está me vendo, põe seus olhos em meu olhar
Mesmo sem dizer palavras, nós podemos conversar,
Porque os olhos são janelas, do interior de nosso ser
Eles revelam segredos que tentamos esconder.

Destas janelas da alma, eu vejo o mundo lá fora
Vejo pássaros voando, vejo alguém que vai embora
Eu vejo o verde dos campos, e vejo a chuva caindo
Vejo praias se ondulando, vejo crianças sorrindo.


Vejo o brilho das estrelas, e vejo flores na serra
Vejo estradas, vejo rios, vejo sorrisos e guerras
Vejo rastros dos que foram, vejo auroras despertando
Vejo o céu,  vejo nuvens, e vejo a noite chegando.

Olhos sorrindo revelam, prazer e felicidade
É quando nós encontramos, carinho, amor e bondade
E há os olhos de espanto, olhos de medo e pavor
Olhos de angústia que viram, em sua frente o terror.

Olhos tristes quando choram, revelam sombras de dor
Paixões, saudades, lembranças, que estão em nosso interior
O pranto é gota que cai, da nuvem negra da dor
Formada no céu da alma, por um desprezo de amor.

Olhos de paz que se fecham, para dormir e sonhar
E na luz de um novo dia, lentamente despertar
E há a piscadinha marota, que lhe ofereço, porque
Nos unimos pelos olhos, você em mim. eu em você.