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O PICO DAS NUVENS BRANCAS
(composta em 12/06/1982)

                                                               (José Fortuna)

Da capital de São Paulo
Quem parte para o sertão
O pico do Jaraguá
É a derradeira visão
No passado ele foi
O ponto de despedida
Dos bandeirantes que iam
Pra terras desconhecidas
Em busca de esmeraldas
Mas muitos poucos voltavam
De novo no Jaraguá
Seus parentes lhe esperavam

Até hoje entre nós ainda há
Quem conheça a história do Jaraguá

Dizem que noivas e filhos
Esposas que lá ficavam
Subiam naquele morro
E com lençóis acenavam
Só para se ver de longe
Aos olhos dos que partiam
Eram tantos lá no morro
Nuvens brancas pareciam
Porisso era conhecido
Pelos homens das monções
O pico das nuvens brancas
Portal dos grandes sertões

Diz a lenda que até hoje
Quase sempre se vê lá
Nuvens brancas rodeando
O pico do Jaraguá
Formadas pelo vapor
De tanto pranto chorado
Por adeus que se perdeu
Na imensidão do passado
Uma página que o tempo
Até hoje não arranca
Porque faz parte da história
O pico das nuvens brancas