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LUA INVEJOSA
(composta em 04/08/1982)

(José Fortuna/Paraíso)

Cheguei em casa não encontrei a minha amada
Só um bilhete que me dizia: Eu fui embora
A soluçar fui à janela e olhei a lua
E quanto claro de liberdade eu vi lá fora
Lua invejosa dava a impressão que até sorria
E nem ouvia tristes soluços de minhas preces
Ela que é também mulher e ama o sol
Por ser amada, nunca tem pena de quem padece

Lua invejosa se a rival estrela d´alva
Roubar-lhe o sol, vai acabar sua maldade
Porque nem todas as estrelinhas que a rodeiam
Vão conseguir amenizar sua saudade

Hoje no vidro todo azulado do universo
Com vaidade espelha o seu rosto bonito
Se como eu for desprezada,  hás de sentir
Faltar-lhe espaço em todo o espaço do infinito
Depois que ela me abandonou eu sinto tudo
Ficar pequeno em meu redor neste abandono
Quero viver, não tenho vida, e peço a morte
Fecho a janela, quero dormir, não tenho sono