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CARÊNCIA DE CARINHOS
(composta em 21/10/1978)

(José Fortuna/Carlos Cezar)

Meu ser é nau sem rumo nos mares desta vida
Sou praia sem areia,  sou beco sem saída
Saída sem chegada, chegada sem espera
Alguém que amor procura até os confins da terra
Sou campo sem planície, sou folha sem ramagem
Sou mundo sem caminho, caminho sem passagem
Sou simples meteoro num céu que ninguém vê
Caído sem destino no mundo de voce

Sou pássaro ferido
Num ninho esquecido
À beira do caminho
Minh´alma sem ninguém
Padece porque tem
Carência de carinho

No escuro labirinto  que a vida me atirou
Sou sombra de floresta que o sol não iluminou
Sou nuvem sem destino na imensidão do espaço
Adeus sem despedida, encontro sem abraço
Sou noite sem luar,  sou flor sem primavera
Brotadas no abandono na encosta de uma serra
Sou ida sem regresso,  agora sem depois
E no vazio da vida   sou sobra de nós dois