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CALOR DA CAMA
(composta em 27/11/1980)

(José Fortuna/Paraíso)

Quando cheguei eu só encontrei o colchão vazio
E o lugar quente onde você havia dormido
Abri a porta, andei na noite te procurando
De minha vida você pra sempre havia partido
Eu tive culpa de viver sempre na boemia
Para seus braços eu só chegava de madrugada
Você cansou de viver de sobras e aqui deixou-me
Também vivendo da sobra cruel que restou do nada

Se o calor da cama
Soubesse que duraria
Mas vem a aurora fria
Teu lado congelar
Me debrucei chorando
No seu calor deixado
E amanheceu molhado
De pranto, seu lugar

Que isto sirva de um bom exemplo pra quem deseja
Ter para sempre a felicidade e a paz de um lar
Quem vive errado não tem direito de exigir nada
E dá motivos pra companheira também errar
Pra meu consolo só me restou o calor da cama
Calor deixado pelo seu corpo que foi embora
Talvez tão longe de mim se lembre quando seu corpo
Também tremer na manhã gelada que esta lá fora