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AS DUAS SOMBRAS

(José Fortuna - grav. Zé Fortuna e Pitangueira)

É tão longo e triste os dias que passo sem notícias suas
que ao cair da noite seu vulto eu procuro num luar de prata
por trás da roseira onde me oculto dos raios da lua
na minha varanda as sombras das flores seu vulto retrata.

Não podendo vê-la porque sei que vive de mim tão distante
nossas duas sombras se abraçando beijam à luz do luar
como a lua anda, também sua sombra me deixando vai
e a madrugada traiçoeira chega pra nos separar

Vendo-me sozinho só então percebo que estava a sonhar.